Às vezes parece que nunca estamos no sitio certo à hora certa.
E é isso que eu sinto, hoje, passados 10 anos quase, dei comigo a pensar se naquele dia estava no sitio certo. E se não estivesse lá o que seria a minha vida hoje. São questões que nunca vou obter resposta, como tantas outras que surgem entre as minhas crises existenciais.
Há quase 10 anos atrás conheci alguém, com o passar dos dias tornou-se importante, começamos a namorar e ainda hoje estamos juntos. Mas os últimos tempos não têm sido nada semelhantes aos momentos vividos no início.
Algo desapareceu, algo deixou de existir entre nós. Não somos daqueles casais que estamos sempre a discutir, não é isso.
Mas acabaram-se os momentos bons, acabaram-se as longas conversas, acabaram-se os planos, os desejos em comum, acabou-se a cumplicidade... Tudo passou a ser normal entre nós.
Pelo menos é isto que sinto. Não sei o que ele sente, nunca lhe perguntei, nem tenho vontade de o fazer. Não será a atitude mais correcta, eu sei. Mas optei por viver assim, dia após dia e esperar para ver o que me reserva o dia de amanhã.
Passo muito tempo sozinha, magoa-me é verdade, mas por outro lado é quase uma escolha minha. É estranho, mas muitas vezes prefiro estar só em casa e sentir-me só do que estar junto de pessoas que me identifico cada vez menos.
Pensar nisto deixa-me angustiada. Por isso evito pensar.
Talvez esteja a hipotecar a minha (ou nossas) vida (s). Mas neste momento ainda não consigo ter coragem suficiente para tomar qualquer posição.